José Sobral de Almada-Negreiros (1893-1970), grande expoente do modernismo português,
foi considerado um dos mais importantes construtores da temática desse período.
Ator, encenador, pintor, escritor... enfim, homem das artes! Ainda hoje é lembrado!
"Sonhei com um país onde todos
chegavam a Mestres. Começava cada qual por fazer a caneta e o aparo com que se
punha à escuta do universo; em seguida, fabricava desde a matéria-prima o papel
onde ia assentando as confidências que recebia diretamente do universo; depois,
descia até ao fundo dos rochedos por causa da tinta negra dos chocos: gravava
letra por letra o tipo com que compunha as suas palavras; e arrancava da árvore
a prensa onde apertava com segurança as descobertas para irem ter com os
outros. Era assim que neste país todos chegavam Mestres. Era assim que os
Mestres iam escrevendo as frases que hão-de salvar a humanidade.
Quando eu nasci, as frases que hão-de salvar a humanidade já estavam todas
escritas, só faltava uma coisa - salvar a humanidade."
Excerto de uma obra de Almada Negreiros
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